domingo, 30 de maio de 2010

Texto: A metáfora do rio(s)


Num espaço tão diminuto, pouca coisa pode ser dita sobre a pintura de Isabel Sommer. Entretanto, saliento, não a técnica e o processo criativo enfatizado pela própria artista nas exposições já realizadas. Mas, entre outros, o envolvimento na experiência da obra que exige do espectador um olhar vagaroso, silencioso, gota a gota para que a percepção estética ( não o simples olhar mouco) possa penetrar nos meandros dos inúmeros rios que correm paralelos, tortuosos, retos, concêntricos em cada matriz. Por sua vez, justapostas, formam um grande manancial: um oceano imaginário. A poética de Isabel se expande para além do limite físico do quadro e, seus rios se perdem em distâncias montanhosas. O olhar gira e regira dançante, ingressando em um domínio e fluído do qual, a rigor, ninguém volta o mesmo.
Renato Dias
Poeta e artísta Plástico